"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...Continuarei a escrever" - Clarisse Lispector

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Alma de poeta




Alma de poeta


Quando a tristeza passar,

Faltarão palavras.

Quando a angústia sumir,

Poesias não hão mais de vir.

Quando o vazio acabar,

Não haverão mais histórias trancadas.



Enquanto escorrer rubro sangue

Da ferida que arde e não cicatriza,

Enquanto encravarem-se espinhos,

Os mais terríveis, vindos de um amado,

Minha alma me martiriza,

Sinto o espírito gelado,

E surge a necessidade de contos,

No papel rabiscados.



Vivo num desejo inconstante.

Num paradoxo incessante.

De encontrar um fim para o sofrimento,

E desaparecer minha maior expressão,

A forma de mostrar que existo,

Matar minha alma de poeta.

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