"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...Continuarei a escrever" - Clarisse Lispector

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sem sentido




Sem sentido


Rotina bruta, fria, crua.

Rotina que me prende, massacra.

Desrespeito, vontade alheia, indiferença.

Energia tomada, voz desperdiçada.

Luz vã, silenciosa.

Luz que ofusca, racha, tortura.

Faróis, lâmpadas, neon, energia.

Onde estão as estrelas?

Expectativas, correções, exigências.

Por acaso isso é vida?

Pressão intencional,

Rotina superficial

Vazio insistente, ingrato.

Gritos, berros, escândalos,

Meu silêncio lacônico habituado.

Marcham máquinas, não homens,

De lábios fechados, peitos lacrados.

Pobres almas perturbadas,

As que lutam contra a caminhada.

Amor ferido, alma rompida,

Fé dizimada,

Fé que nunca existiu.

Mais um dia, mais uma hora,

Mais um amanhecer, um entardecer.

Quem aprecia o pôr do sol?

Rotina má, constante, nua.

Vazio condizente, obediente.

Tenho palavras, caladas.

Tenho dores, discretas.

Tenho sonhos, tantos sonhos!

Não suporto mais ver a luz.

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