"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...Continuarei a escrever" - Clarisse Lispector

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Procurando por sonhos




O cobertor foi desdobrado, jogado de um lado para o outro pelas pernas inquietas, e terminou amontoado ao pé da cama. O desespero afundou o rosto no travesseiro, procurando ser acalentado, e também por um pouco de ternura. Mas o travesseiro não era mais o mesmo, ou talvez ela não fosse. Os sonhos que antes ficavam guardados embaixo de sua fronha haviam sumido - talvez roubados, talvez perdidos, ou mais provável, esquecidos em algum canto empoeirado. As horas passavam com o olhar fixado no teto. Nada mais das imagens, sons, cheiros e cores, das alegrias, aventuras e magia, nem mais as lágrimas incontroláveis. Apenas o teto escuro, o corpo triste e o travesseiro oco...

Um comentário:

  1. Quanta criatividade menina que brinca com as palavras. Me assombra o nível de realidade que vive e muito mais me assusta ao mesmo tempo que impressiona-me o seu poder de distorce-la para criar uma pequena e singular cronica.

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