Arte de seguir em frente
Há algum tempo, minhas emoções me confundiam. Decidi que meu modo se seguir adiante não estava dando certo e que teria de fazer uma revolução.
Li em um lugar que nós temo duas sacolas, as quais carregamos uma na nossa frente, preenchida com nossas qualidades, e outras nas nossas costas, lotada com os defeitos.
Trancada em minha mente, coloquei meu plano em ação. As duas sacolas, esvaziei totalmente. E comecei a pensar. O que eu queria? Demorou um tempo, mas encontrei a resposta. Queria amigos, queria esquecer dos problemas, queria aproveitar mais a vida que estava perdendo.
Com minhas sacolas de virtudes, comecei a trabalhar. Para as qualidades, coloquei alegria, carisma, persistência, otimismo, criatividade e simpatia. Queria rir a qualquer hora, então lá atirei o bom humor e a autoestima.
Claro que não podia deixar a sacola de defeitos vazia. Nela, joguei a teimosia, a infantilidade, a desatenção, um pouco de grosseria, muita impaciência, preguiça e desconfiança. Pareciam grandes defeitos, mas teriam bons resultados na minha idéia final.
Olhando quase satisfeita para meu trabalho, percebi que no canto estava jogado um pedacinho de personalidade, da cor vermelho rubi. Ao me aproximar, percebi o que era. Meu velho amigo ódio, que antigamente me perseguia por todos os lados, torturando e afundando minha vida num abismo escuro. Com um sorriso largo, tratei de me livrar dele, para nunca mais vê-lo novamente.
Naquela sala quadrada em minha mente, com o chão e as paredes quadriculadas de preto e branco, olhei minha obra prima. Senti que ainda faltava algo, até ver o que estava diante de meus olhos. Coragem. Coragem necessária para resistir às reviravoltas da vida, coragem para seguir em frente. Sorrindo mais ainda, não a coloquei em minha sacola, mas sim sobre minha cabeça, para ter certeza de que nunca me esqueceria dela, e me levantei, para caminhar com muito mais vontade
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