"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas...Continuarei a escrever" - Clarisse Lispector

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Uma sinfonia poderosa



Uma sinfonia poderosa


Quando criança, não me interessava pelas palavras. Mais ligada a artes e história, aborrecia-me com tantas regras gramaticais, que as professoras teimavam em nos fazer decorar, as quais para mim não faziam o menor sentido. Eu não via o porquê de ser tão importante a leitura e a escrita.

Então, um dia, enquanto fazia uma lição na biblioteca, vi algo que me chamou a atenção. Era um livro, sobre uma aventura policial, que se passava no Egito. Mesmo sendo acima do meu nível de conhecimento, com um vocabulário difícil, não resisti em emprestá-lo.

Munida de um dicionário, comecei a leitura. Um mundo novo se abriu para mim, as palavras eram como uma música enchendo meus ouvidos. As cenas iam passando diante dos meus olhos como se eu visse um filme. O que antes era para mim apenas um amontoado de letras, agora era vida, movimento, cultura, magia.

Comecei a ler mais e mais, e a cada instante mais me apaixonava. Comecei a ver palavras não só em livros, mas em objetos, ações, imagens, tudo se formava como uma sinfonia. Mas eu não sabia o verdadeiro poder das palavras.

Foi então que ouvi falar de uma pessoa. Tão bem conhecia as palavras, que apenas com elas conseguiu convencer um país todo de que eles eram a raça perfeita, e que deveriam dominar o mundo.

Olhei à minha volta, e percebi o quão poderosas as palavras poderiam ser. Elas manipulavam, confundiam e dominavam. Bradadas por seus maiores conhecedores, movem multidões que, desprovidas do conhecimento destas, não possuem senso crítico, e são muito vulneráveis.

As palavras não possuem um lado na guerra. Não são o bem nem o mal. O que existe são pessoas que as usam para esses fins. Podem gerar lutas e salvar vidas, destruir e criar. Só depende de nós como vamos usá-las.

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