O casal que não queria parar de dançar
Moviam-se devagar, no compasso da valsa. A música era lenta e ritmada, e o casal girava nos pés seguindo o fluído som do violino. O salão podia estar cheio, mas nada disso eles viam. Apenas enxergavam o rosto um do outro.
Ah, como esperaram por aquele dia! O dia em que poderiam dançar durante toda a noite, apenas os dois, corpos colados e respirações sincronizadas. A melodia pouco os importava; o objetivo era ficar juntos, sentirem ao outro e declararem-se silenciosamente, apenas com o brilho nos olhos e as carícias discretas.
E podiam ficar lá para sempre, sem ver problema algum. Se a música não acabasse, eles também não parariam. Nem se ela terminasse, não tinham motivos para parar.
Pois seus corações agora batiam simultaneamente. Seus suspiros haviam se tornado um só. Seus perfumes se misturavam, e apenas eles conseguiam apreciar o cheiro adocicado, tal era a proximidade que estavam. E nunca em todas as suas vidas, tiveram um momento tão feliz como aquele.
Não precisavam falar. Seus corpos unidos se comunicavam numa língua que só os dois entendiam. E sem sequer uma manifestação de palavras, ambos compreendiam a mensagem passada. Eles gritavam “Eu te amo”.
A melodia acelerou, e os dois junto. Em meio a giros e piruetas, entravam em um novo mundo. Um mundo somente deles, não havia mais ninguém por lá; era um lugar preenchido por seus sentimentos carinhosos e românticos, ocupado por sua amizade, compreensão e afeição.
E assim perceberam como o ato de amar é simples. Basta estar com a pessoa desejada, tocá-la, respirá-la. No entanto, ao provar disso, você não tolera mais perdê-lo. Não suporta desenlaçar as mãos, afastar os lábios, dar um último sorriso e dizer adeus.
Precisa mais e mais estar com o outro, fundir-se com ele. Tornar-se um só para jamais se separar novamente. O jovem casal provava dessa nova compreensão, sentia essa energia agora percorrendo suas peles, enquanto seus pés mais e mais giravam no piso lustroso do salão.
Nada mais viam. Nada, absolutamente nada. Nem mesmo ouviam a música. Nem mesmo sentiam quando alguma outra dupla desengonçada trombava com eles. Só enxergavam a pessoa amada.
E nem mesmo perceberam quando a canção parou, quando gritos horrorizados preencheram o salão, e pessoas desesperadas correram para fora, fugindo das enormes línguas de fogo geradas por uma pequena vela que tudo agora incendiava.
Não sentiram o calor subir-lhes pelas roupas e cercar-lhes como um predador traiçoeiro. Não viram o incêndio que tomava todo o lugar, incinerava os belos panos que cobriam as mesas, colocava em combustão os antes saborosos aperitivos, e engolia tudo o que estava à sua volta.
Porque o amor nos propicia a sensação mais doce e aveludada existente. Porém, ele também nós cega, vicia, fere mais do que qualquer arma, nos consome como um veneno caprichoso - lenta e dolorosamente.
O casal agora se tornara um só, devorado pelas chamas impiedosas. E suas cinzas, levadas pelo vento, dançarão pelo céu infinito sem nunca parar, exatamente como eles queriam.
Por toda a eternidade.
Ah, como esperaram por aquele dia! O dia em que poderiam dançar durante toda a noite, apenas os dois, corpos colados e respirações sincronizadas. A melodia pouco os importava; o objetivo era ficar juntos, sentirem ao outro e declararem-se silenciosamente, apenas com o brilho nos olhos e as carícias discretas.
E podiam ficar lá para sempre, sem ver problema algum. Se a música não acabasse, eles também não parariam. Nem se ela terminasse, não tinham motivos para parar.
Pois seus corações agora batiam simultaneamente. Seus suspiros haviam se tornado um só. Seus perfumes se misturavam, e apenas eles conseguiam apreciar o cheiro adocicado, tal era a proximidade que estavam. E nunca em todas as suas vidas, tiveram um momento tão feliz como aquele.
Não precisavam falar. Seus corpos unidos se comunicavam numa língua que só os dois entendiam. E sem sequer uma manifestação de palavras, ambos compreendiam a mensagem passada. Eles gritavam “Eu te amo”.
A melodia acelerou, e os dois junto. Em meio a giros e piruetas, entravam em um novo mundo. Um mundo somente deles, não havia mais ninguém por lá; era um lugar preenchido por seus sentimentos carinhosos e românticos, ocupado por sua amizade, compreensão e afeição.
E assim perceberam como o ato de amar é simples. Basta estar com a pessoa desejada, tocá-la, respirá-la. No entanto, ao provar disso, você não tolera mais perdê-lo. Não suporta desenlaçar as mãos, afastar os lábios, dar um último sorriso e dizer adeus.
Precisa mais e mais estar com o outro, fundir-se com ele. Tornar-se um só para jamais se separar novamente. O jovem casal provava dessa nova compreensão, sentia essa energia agora percorrendo suas peles, enquanto seus pés mais e mais giravam no piso lustroso do salão.
Nada mais viam. Nada, absolutamente nada. Nem mesmo ouviam a música. Nem mesmo sentiam quando alguma outra dupla desengonçada trombava com eles. Só enxergavam a pessoa amada.
E nem mesmo perceberam quando a canção parou, quando gritos horrorizados preencheram o salão, e pessoas desesperadas correram para fora, fugindo das enormes línguas de fogo geradas por uma pequena vela que tudo agora incendiava.
Não sentiram o calor subir-lhes pelas roupas e cercar-lhes como um predador traiçoeiro. Não viram o incêndio que tomava todo o lugar, incinerava os belos panos que cobriam as mesas, colocava em combustão os antes saborosos aperitivos, e engolia tudo o que estava à sua volta.
Porque o amor nos propicia a sensação mais doce e aveludada existente. Porém, ele também nós cega, vicia, fere mais do que qualquer arma, nos consome como um veneno caprichoso - lenta e dolorosamente.
O casal agora se tornara um só, devorado pelas chamas impiedosas. E suas cinzas, levadas pelo vento, dançarão pelo céu infinito sem nunca parar, exatamente como eles queriam.
Por toda a eternidade.
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